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Entrevista com Heloísa Ferreira, tradutora - Behind The Curtains


Heloísa Ferreira, tradutora
Heloísa Ferreira, tradutora

Heloísa Ferreira


  • Médica Veterinária pela UFPR

  • Mestre em Ciências Veterinárias pela UFPR

  • Tradutora/revisora ING-POR e ESP-POR há 16 anos


Especialidades: medicina, educação e marketing



E-mail: helotranslation@gmail.com



Fale um pouco sobre o seu background antes de se tornar tradutora (formação e experiências prévias de trabalho).

Eu fiz todo o curso de inglês do CCAA, dos 10 aos 18 anos. Nessa época, entrei na faculdade de veterinária na UFPR, em Curitiba. Nos três primeiros anos de faculdade, eu dava aulas no CCAA. Meu estágio obrigatório foi feito na University of Wisconsin-Madison, nos EUA, e um dia uma professora da UFPR me pediu ajuda para fazer os “abstracts” de pesquisas que ela ia apresentar em um congresso.


Deu tão certo que ela passou a me indicar para outros professores e alunos da pós-graduação. Meus orientadores do estágio em Wisconsin vieram ao Brasil e servi de tradutora/intérprete para eles. Eu fiz o Mestrado, também na UFPR, e estava prestes a passar uma temporada na Antártica, desenvolvendo uma pesquisa que ia me levar para o doutorado, quando conheci meu marido (e aí já viu, a vida mudou radicalmente!).


Ele me apresentou a alguns amigos que me colocaram como professora de inglês numa escola particular em SP, onde morei por alguns anos antes de voltar a Curitiba. Foi isso que abriu as portas para eu me tornar tradutora.



O que te fez se tornar uma tradutora?

O meu background como professora de inglês e médica veterinária me levou a ir trabalhar em uma empresa de consultoria farmacêutica, em SP, onde passei dois anos traduzindo toda a parte regulatória dos estudos clínicos de grandes empresas do ramo farmacêutico. Minha função era pegar pilhas e pilhas de papel e traduzir “na unha”, sem CAT tools nem nada. Aprendi muito nesses dois anos, e saí muito bem preparada para encarar o mercado.



Como esse background lhe ajudou em tradução?

A formação em veterinária e a experiência em assuntos regulatórios me deixou “afiada” para enfrentar o mercado da tradução médica. Nessa mesma época, comecei a participar dos grupos de tradutores na internet, primeiro na lista do Yahoo e depois no Orkut. Ali conheci muitos colegas que me ajudaram bastante e me fiz destacar entre eles, sempre participando das discussões e me fazendo conhecer.


Um dia uma jornalista de uma editora famosa me chamou para traduzir uma enciclopédia de países, que foi vendida nas bancas em formato CD-ROM, tudo por ter visto a minha interação nos grupos de tradução.


Qual sua avaliação pessoal da área?

Quando eu comecei, tive muita sorte. Eu caí literalmente de cabeça na profissão, as portas se abriram para mim com muito mais facilidade do que para outros colegas, com certeza. Eu fiz alguns cursos também, como legendagem, para aumentar a experiência na área.


Já estou nessa há 16 anos, e felizmente consigo me sustentar apenas com a tradução. Tenho clientes fixos há vários anos, mas nunca deixo de enviar currículos, pois o mercado atual é muito instável.



Qual o nível de satisfação que trabalhar em tradução lhe traz?

Eu adoro traduzir. Posso dizer que me encontrei. Quando é um assunto que me interessa, então... é melhor que ir ao cinema ou ler um livro.


Eu perco as horas traduzindo, não vejo como um trabalho, uma carga. É uma coisa que faço de bom grado, feliz da vida, e ainda sou paga para isso. Nada melhor que fazer o que se gosta, trabalhar em casa, no meu horário, à vontade. Nada vale mais do que isso.


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