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Entrevista com Isabel Vidigal, tradutora/intérprete - Behind The Curtains


Isabel Vidigal, tradutora/intérprete
Isabel Vidigal, tradutora/intérprete

Isabel Vidigal

- Administradora de Empresas: Universidade Mackenzie.

- Mentora na APTRAD (Associação Portuguesa de Tradutores e Intérpretes).

- Tradutora de inglês/francês/espanhol para o português.

- Especialização: marketing, moda, sistema de qualidade, técnica e outras.






Fale um pouco sobre o seu background antes de se tornar tradutor (formação e experiências prévias de trabalho).

Eu me formei em Administração de Empresas e trabalhei nessa área mais de 15 anos. Com meu primeiro salário decente cursei uma boa escola de inglês, pois queria ler livros em inglês e me comunicar com pessoas de todo o mundo. Uma empresa francesa de alta costura onde trabalhei me pagou os estudos de francês. Espanhol eu já sabia, lia espanhol desde pequena e a casa de meus pais era muito frequentada por amigos hispanos, aprendi ouvindo.


Comecei a fazer traduções mais formalmente na empresa francesa Moulinex, eles vieram para o Brasil e compraram a Mallory. Eu era a responsável pela implantação da ISO 9000 na empresa. Após tentar mandar traduzir externamente o manual de procedimentos, com resultados insatisfatórios, resolvi traduzir eu mesma os procedimentos (do inglês, francês ou espanhol) e aprendi muito, inclusive sobre a área industrial.


Saí da Moulinex antes de ela ser comprada pela Arno no Brasil. Tentei trabalhar no terceiro setor, ganhando menos, mas “querendo fazer a diferença”. Infelizmente, percebi que o ambiente não diferia muito do que conhecia.



O que te fez se tornar uma tradutora?

Nessa época, meu irmão já trabalhava como tradutor in-house em uma agência e me convidou para ajudar em uma tradução urgente e, em uma noite, ganhei um bom dinheiro. Resolvi dar um tempo na minha carreira como gerente administrativa e comecei a trabalhar como tradutora na mesma agência.


Foi o melhor começo para entrar na área, recomendo a todos os iniciantes que façam isso.


Trabalhando lá, logo descobri o ProZ, pesquisando termos na internet. Fiz um perfil no site e fui descobrindo como crescer, interagindo, participando de encontros dos membros. Em menos de um ano (era 2004) já estava com uma pequena carteira de clientes.



Como esse background lhe ajudou em tradução?

Muito. Não só o background profissional, pois conhecia bem tudo relacionado a sistema de qualidade, procedimentos, normas industriais, documentação corporativa, mas também por ter lido muito, isso fez uma grande diferença para criar uma bagagem de conhecimentos ampla.


Conhecer o sistema ISO também foi ótimo, a exigência de clareza, objetividade e transparência de toda sua documentação tinha tudo a ver comigo e ajudou a consolidar meu estilo de traduzir.


Qual sua avaliação pessoal da área?

É uma área em constante evolução. Isso é fascinante, estamos sempre aprendendo e conhecendo novas coisas.


Investir em uma carteira de clientes do exterior me fez ver que nenhum tradutor deveria aceitar fronteiras para o seu mercado de trabalho.


Não falta trabalho para os profissionais sérios que tracem uma estratégia para crescer e aprender. O maior investimento para ser bem sucedido é do seu tempo, pesquisando e aproveitando oportunidades.



Qual o nível de satisfação que trabalhar em tradução lhe traz?

Gosto demais de aprender e a tradução satisfaz essa minha sede. Interagir com clientes de vários países também é fascinante, as percepções das diferentes culturas nos fazem mais sábios também.


A oportunidade de viajar para congressos e eventos me levou a muitos países e a conhecer novas pessoas, fazendo novas amizades e novos clientes.


Não ter patrão, fazer nosso horário e estar mais perto da família compensam as muitas horas de trabalho em frente ao computador e os cuidados extras com a saúde por causa disso!


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